A Arca de Noé

1 - A arca de Noé foi encontrada?

Não. Várias expedições já procuraram a arca, mas sem sucesso. Algumas formações rochosas em forma de barco foram encontradas na região do Ararat, mas não há nada de especial sobre elas. Existem inúmeros relatos de pessoas que afirmam ter visto a arca, mas não há nenhuma evidência para apoiá-los. Parece improvável que a arca seja encontrada. Deve-se considerar com cautela afirmações de que a arca foi encontrada e que mais recursos seriam necessários para comprova-la.

2 - Como poderiam todas as espécies antediluvianas caberem na arca?

Isto não seria necessário. A arca foi projetada para incluir apenas os vertebrados terrestres – aqueles que caminham sobre a terra e respiram pelas narinas (Gênesis 7:22). Isso não inclui animais marinhos, vermes, insetos ou plantas. Há menos de 350 famílias vivas de vertebrados terrestres. A maioria destes seria do tamanho de um gato doméstico ou menor. Se cada Família foi representada na arca por um par, com algumas mais poucas famílias limpas representadas por sete pares, a arca precisaria acomodar menos de 1.000 indivíduos. Provavelmente ela poderia acomodar dez vezes esse número. A questão do espaço para os animais na arca não é uma preocupação tão séria.

3 -É razoável supor que cada família taxonômica poderia ser representada por um único par ancestral na arca? Isso não requer taxas maiores de evolução após o dilúvio?

Algumas famílias, no sentido taxionômico, podem representar grupos com mais de um par ancestral. No entanto, um único par pode ter sido suficiente em muitos casos. Algumas espécies possuem variabilidade genética suficiente para produzir variações morfológicas equivalentes a diferentes gêneros. As taxas de variação morfológica podem depender do grau de isolamento genético e da extensão do estresse ambiental, além do tempo.

4 - E quanto à comida, água e saneamento para todos esses animais?

Essas questões não são discutidas na Escritura. A água da chuva poderia estar disponível, tornando o seu armazenamento desnecessário. Os alimentos aparentemente foram armazenados na arca (Gênesis 6: 21-22). O Deus que anunciou o dilúvio pode ter instruído Noé sobre como preparar a arca e Aquele que conduziu os animais para a arca, certamente poderia gerenciar a logística necessária para cuidar deles.

5 -Como que animais especializados em certas dietas, como os coalas, poderiam se dispersar para tão longe da arca?

As plantas forneceram a dieta original para todos os animais terrestres (Gênesis 1: 29-30). Ocorreram grandes mudanças na dieta, mas não temos registros de como isto aconteceu. A maioria das espécies pode sobreviver com alimentos alternativos, pelo menos por algum tempo. Atualmente, a dieta dos coalas está restrita a folhas de eucalipto, mas não sabemos se isso sempre foi assim. Eles podem ter se especializado nesta dieta depois de chegarem à Austrália. Nós nem sequer sabemos se os coalas existiram antes do dilúvio, ou se eles se desenvolveram a partir de algum antepassado que foi preservado na arca. Provavelmente não haja uma maneira segura de encontrar a resposta.

6 -Como que os animais poderiam encontrar o caminho para a América do Sul ou para a Austrália a partir da arca?

Não sabemos, mas parece provável que os animais foram guiados de forma sobrenatural para a arca, e novamente para se dispersar a partir dela. Alguns podem questionar esta atividade sobrenatural, mas isso está implícito em toda a história do dilúvio. A atividade sobrenatural não significa necessariamente que as leis da natureza foram violadas, mas que os eventos foram dirigidos por seres inteligentes. Tanto a América do Sul como a Austrália têm animais que claramente migraram de fora de suas respectivas áreas. Algumas ilhas possuem animais que podem ter chegado lá através de jangadas naturais e parece provável que estas jangadas tenham sido um método importante de dispersão. No entanto, não sabemos ao certo como os animais se dispersaram após o dilúvio.

7 -Que questões ainda não resolvidas sobre a arca são de maior interesse?

Quantos tipos diferentes de animais foram salvos na arca e quem são seus descendentes? Como os vertebrados terrestres passaram da arca para sua distribuição atual?

 

O Dilúvio de Gênesis

1 - De onde veio a água do dilúvio e para onde ela foi?

Os oceanos contêm água mais do que suficiente para inundar a Terra. Se a superfície da Terra fosse perfeitamente plana, sem montanhas ou bacias oceânicas, ela seria coberta por uma camada de água de 3 km de espessura. Antes do dilúvio, provavelmente, havia água nos mares, na atmosfera e uma quantidade desconhecida de água de origem subterrânea. A maior parte da água superficial se encontra atualmente nas bacias oceânicas, mas pode haver ainda muita água armazenada no manto. Existe ainda outra possível fonte de água que teria contribuído para o dilúvio que é aquela contida nos cometas.

2 -Como poderiam as águas do dilúvio cobrir o Monte Everest?

A topografia da terra hoje não é a mesma que antes do dilúvio de Gênesis. É provável que toda a crosta terrestre foi reorganizada durante o dilúvio, já que a superfície primitiva foi erodida e os sedimentos depositados nas bacias sedimentares. Muitos organismos também foram transportados para o interior destas bacias e posteriormente soterrados, formando assim os fósseis. Durante a inundação, a área que agora pertence ao Monte Everest teria sido uma bacia em que os sedimentos estavam se acumulando. Isto pode ser demonstrado pela presença de fósseis marinhos no alto do monte. Após a deposição dos sedimentos e fósseis, a atividade tectônica elevou estas bacias acima de sua posição anterior, formando os Himalaias. A maioria ou todas as cadeias de montanhas atuais podem ter se formado da mesma forma, através da atividade tectônica durante o dilúvio ou pouco
tempo depois.

3 - Como a Terra poderia ser destruída por 40 dias e 40 noites de chuva?

Na verdade, não foi só isso que aconteceu durante o dilúvio. As águas que se acumularam na superfície da Terra não recuaram antes de pelo menos 150 dias (Gênesis 7:24). Outros 150 dias parecem ter se passado antes que a arca repousasse no Monte Ararat (Gênesis 8: 3,4). Dez meses de inundação contínua provavelmente teria produzido grandes mudanças na superfície da Terra. Em regiões distantes do local onde a arca aportou a inundação poderia durar muito mais de um ano. A chuva certamente foi um fator importante, mas houve muito mais do que apenas chuva nesta grande catástrofe. Correntes oceânicas enormes teriam se formado quando a superfície da terra estava submersa. Grandes massas de rochas e de sedimentos foram transportadas e re-depositadas em outros locais por correntes de turbidez e deslizamentos submarinos. Estratos de rocha muitas vezes aparecem dobrados e falhados, indicando grande movimentação de porções importantes da crosta, associadas à atividade tectônica. Além disso, as rochas do Fanerozóico contêm mais de 150 crateras de impacto formadas pela colisão de objetos extraterrestres como asteroides, meteoritos e cometas. A atividade vulcânica é outro fator que contribuiu para modificar a crosta terrestre. Fluxos enormes de lava conhecidos como flood basalts são encontrados em vários locais da Terra. Erupções vulcânicas e fluxos de lava teriam liberado gases, cinzas e magma que cobriram grandes áreas da superfície da Terra. Estes processos teriam multiplicado os efeitos da água causando grandes alterações nos continentes e nos oceanos.

4 -A inundação foi verdadeiramente mundial?

A redação do texto bíblico indica consistentemente uma inundação global. Jesus usou o dilúvio como exemplo de um julgamento universal (Mateus 24: 37-38). Pedro confirma que apenas oito pessoas foram salvas (2 Pedro 2: 5). No texto do Gênesis, a linguagem é tão universal quanto possível: “… todas as montanhas altas sob o céu foram cobertas” (Gênesis 7:19, RSV). Se a água cobriu as altas montanhas também cobriria as regiões mais baixas. Uma vez que era o propósito de Deus destruir todos os seres humanos (Gênesis 6: 7), o dilúvio deve necessariamente ter se estendido pelo menos a todas as regiões habitadas. Além disso, Deus prometeu que nunca haveria outra inundação como aquela (Gênesis 9:11, Isaías 54: 9), o que ficou simbolizado através do arco-íris (Gênesis 9: 13-17). Houve muitas inundações locais altamente destrutivas que exterminaram muitas pessoas. O arco-íris é visto em todo o mundo, indicando que a promessa se aplica a todos. O dilúvio de Gênesis envolveu um nível de atividade muito diferente do que qualquer outra coisa vista desde aquela época.

5 -E quanto a propostas de que a história do dilúvio bíblico se refere a uma inundação local em algum lugar do Oriente Médio?

Nenhuma das inundações locais propostas se encaixa na descrição bíblica. Se o dilúvio fosse local, a narrativa bíblica não faria sentido. Não haveria necessidade de uma arca para salvar Noé ou seus animais. Noé poderia ter migrado com seus animais para outra região para não ser destruído. Alguns apontam para uma camada de argila encontrada em determinados locais da Mesopotâmia como a possível fonte histórica do dilúvio bíblico. No entanto, essa camada é encontrada apenas em alguns locais. Sem dúvida, a região foi inundada na ocasião do dilúvio, mas isso não tem nada a ver com o relato de Gênesis. Outra hipótese é que a história do dilúvio bíblico se baseia em outro episódio de inundação do Golfo Pérsico devido ao aumento do nível do mar a medida que as geleiras se derretiam no final da última era glacial. Outra grande inundação do Mar Negro foi sugerida como fonte provável para o dilúvio bíblico. Esses relatos podem se referir a inundações reais, locais e temporárias, mas não se encaixam na narrativa bíblica que teve um início e um final definitivo. Outras inundações pré-históricas certamente ocorreram que provavelmente excederam qualquer coisa registrada na história. Os Channeled Scablands no estado de Washington são um desses exemplos, embora existam outros. Nenhum destes se ajustam à descrição do dilúvio bíblico, um evento global que destruiu todos os seres humanos, exceto os que entraram na arca.

6 - Que questões ainda não resolvidas sobre o Dilúvio são de maior interesse?

Como o dilúvio teria produzido a sequência de fósseis que observamos na coluna geológica? Como as plantas e os animais atingiram seus locais atuais após o dilúvio?

 

A Idade da Terra

1 - Qual a idade da Terra?


Os dados cronológicos obtidos a partir das genealogias bíblicas indicam uma idade da Terra de aproximadamente 6.000 anos desde a criação descrita no livro de Gênesis. Muitos criacionistas consideram esses números como satisfatórios, de forma que a Terra pode ser considerada como tendo cerca de 6.000 e talvez até 10.000 anos. Ainda não há consenso entre os eruditos bíblicos se a Bíblia revela que o planeta Terra foi criado no início da semana da criação ou se já estava presente como um planeta sem vida, úmido e escuro antes disto. Assim, a questão sobre a idade da Terra poderia se referir ao tempo decorrido desde a semana da criação de Gênesis ou ao tempo decorrido desde que o planeta foi criado pela primeira vez.

A maioria dos cientistas acredita que a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Esta idade é baseada nos métodos de datação radiométrica. Alguns criacionistas tentaram conciliar essa idade com a criação de Gênesis, propondo que o planeta, no seu sentido físico, ou seja, no que diz respeito à sua estrutura interna e externa sem a vida, teria sido criado há muito tempo (talvez há 4,5 bilhões de anos) e Deus teria criado a vida neste planeta mais tarde (talvez de 6.000 a 10.000 anos atrás), de acordo com os Seus propósitos. Outros criacionistas afirmam que o próprio planeta foi criado durante a semana da criação, talvez no início do primeiro dia. Neste caso, o planeta inteiro teria aproximadamente 6.000 a 10.000 anos de idade.

2 -Qual o fundamento para os métodos de datação radiométrica?

Os minerais que constituem a crosta terrestre muitas vezes contêm átomos que são instáveis e que decaem para um tipo diferente de átomo. Diz-se que estes átomos instáveis são radioativos. A taxa de decaimento radioativo pode ser descrita por uma equação matemática que compara a proporção de átomos radioativos “pais” com os átomos “filhos” resultantes do decaimento radioativo. Usando esta equação, os cientistas podem calcular quanto tempo levaria para que o decaimento radioativo produzisse a proporção observada de material “pai” e “filho” em uma determinada amostra de rocha. A resolução da equação fornece assim a idade da amostra. Diferentes isótopos radioativos são usados para se calcular as idades radiométricas, como urânio-chumbo, rubídio-estrôncio.

O método mais comum, provavelmente seja o potássio-argônio. Os átomos de potássio variam em número de nêutrons, resultando em átomos com massas diferentes (chamados isótopos). Um isótopo de potássio-40 (40K) é radioativo e decai para argônio-40 (40Ar), um gás inerte. As idades potássio-argônio são calculadas a partir da razão entre a quantidades de isótopos “filhos” (Ar) e o material parental (K). As quantidades de materiais de “pai” e “filho” podem ser medidas com muita precisão nos espectrômetros de massa, mas a precisão da idade depende da confiabilidade de três pressupostos principais: a taxa de decaimento é constante; o sistema permanece fechado durante o decaimento; a concentração inicial do isótopo “filho” pode ser conhecida. A hipótese da constância da taxa de decaimento parece válida; há pouca evidência observacional contra ela, embora já tenha sido questionada. A hipótese de que o sistema permanece fechado é cuidadosamente considerada (o método não é aplicado a rochas que obviamente foram alteradas quimicamente), mas há necessidade de cautela aqui também. A hipótese da concentração inicial pode ser a parte menos importante do cálculo das idades radiométricas. Tentativas são feitas para estimar, o mais razoavelmente possível, as concentrações iniciais, mas não há maneira de se ter certeza de que as estimativas estão corretas. Não se pode voltar atrás no tempo e examinar a amostra quando ela foi formada pela primeira vez. Os criacionistas suspeitam que pode haver problemas com as suposições do método, embora modelos alternativos para explicar as idades radiométricas não tenham sido totalmente desenvolvidos.

3 - O que significa o conceito de meia-vida de um elemento?

A meia-vida de um isótopo radioativo é o tempo necessário para que metade dos seus átomos se desintegre no isótopo “filho”. O tempo da meia-vida varia de acordo com os diferentes tipos de isótopos radioativos. Para o potássio-40, a meia-vida é de cerca de 1,3 bilhões de anos. Isto significa que se começássemos com 1.000 átomos de potássio-40, 500 deles se transformariam em argônio-40 em 1,3 bilhões de anos. Depois de mais 1,3 bilhões de anos, apenas 250 átomos permaneceriam, enquanto que haveria 750 átomos de argônio-40. Uma terceira meia-vida reduziria o potássio-40 a 125 átomos, com 875 átomos de argônio-40. Neste ponto, a proporção de 1 parte de potássio-40 para 7 partes de argônio-40 indicaria uma idade de cerca de 3,9 bilhões de anos, o que estaria próximo da idade das rochas mais antigas conhecidas na Terra.

Eventualmente, a quantidade do isótopo “pai” torna-se tão pequena para ser determinada em termos analíticos que este não pode mais ser usado para calcular a idade de uma rocha. Uma estimativa razoável é que após dez meias-vidas a quantidade do isótopo “pai” seja tão pequena que sua utilização na determinação das idades radiométricas já não é mais recomendada.

4 - Como os criacionistas explicam as idades radiométricas de vários milhões de anos?


Os criacionistas suspeitam que haja algum tipo de erro sistemático na metodologia utilizada na datação radiométrica. Algumas possibilidades têm sido propostas, mas ainda necessitam de mais estudo, porque invocam frequentemente ação sobrenatural ou mecanismos desconhecidos. Outra abordagem para explicar as idades de milhões de anos é propor que as rochas da Terra são muito antigas porque o planeta foi criado muito antes de a vida ser colocada sobre ele. Esta teoria propõe que o Gênesis se refere apenas à criação da vida no planeta e não à criação do próprio planeta. Esta ideia é chamada às vezes de hipótese da criação em dois estágios. Esta teoria não explica adequadamente as idades radiométricas por que os fósseis são normalmente encontrados em associação com rochas que possuem idades radioativas muito antigas. Outra possibilidade é que Deus criou um planeta maduro, com árvores maduras, animais maduros e seres humanos maduros. Portanto, é razoável que Ele criasse rochas que pareçam maduras também. Pode até mesmo existir alguma razão para que os níveis existentes de radioatividade sejam mais apropriados para a vida do que outros. Essa explicação pode ser chamada de hipótese de criação da terra madura. Em resumo, a idade da Terra, calculada pelos métodos de datação radiométrica, continua a ser uma das questões mais problemáticas para os criacionistas. Talvez alguma descoberta futura irá lançar luz sobre esta questão.

5 - Que questões ainda não resolvidas são de maior interesse para o entendimento da idade da Terra?


A questão mais difícil seria provavelmente a sequência aparente das idades radiométricas, que fornecem idades mais antigas para os estratos inferiores da coluna geológica e idades mais jovens para os estratos superiores. Outras perguntas incluem: por que a datação radiométrica fornece sistematicamente idades que são muito mais antigas do que as sugeridas pelo relato bíblico; por que diferentes métodos de datação fornecem idades similares para uma mesma amostra; qual seria uma explicação alternativa para o resfriamento do magma que compõe o fundo dos oceanos; e finalmente qual a melhor explicação para a longa série de camadas que compõem os núcleos de gelo.

 

A Idade do Gelo

1 -Houve realmente uma Idade do Gelo?

Sim. Houve uma época em que as geleiras cobriam grandes áreas da América do Norte e do noroeste da Europa. A maioria dos cientistas acredita que houve várias idades glaciais, mas alguns criacionistas suspeitam que houve apenas uma Idade do Gelo, com flutuações que produziram a aparência de mais de uma. As calotas de gelo ainda permanecem na Antártida e na Groenlândia, juntamente com muitas geleiras do hemisfério norte.

Existem várias evidências que mostram a presença de mantos de gelo em grande parte do norte da América do Norte no passado. Estas evidências incluem morenas glaciais e pavimentos polidos e estriados. As geleiras tendem a migrar muito lentamente. À medida que se movem, mais gelo é adicionado à montante da geleira, dando a impressão de serem estacionárias. O movimento das geleiras produz blocos de todos os tamanhos e acumulação de detritos. Quando estes detritos ocorrem entre a geleira e as encostas são chamados de morenas laterais, quando ocorrem na frente da geleira são chamados de morenas frontais ou quando no seu final de morenas terminais. As geleiras também deixam estrias na rocha, como se fossem cicatrizes na forma de riscos ou polimento glacial. Uma geleira também pode esculpir nas montanhas um vale em forma de U, à medida que se move. Grandes blocos que caem sobre a superfície da geleira são levados encosta abaixo, às vezes por muitos quilômetros. Quando a geleira derrete, estes blocos podem se depositar longe de sua fonte original. Estas e outras características das geleiras são comuns em grandes áreas do Canadá e partes do norte dos Estados Unidos, mostrando que essas áreas foram cobertas com gelo.

2 -Quando ocorreu a Idade do Gelo?

Provavelmente não muito tempo depois do dilúvio. Muitos registros apontam para um resfriamento climático e a formação de geleiras no hemisfério norte no Plioceno Superior, período próximo do topo da coluna geológica. Este seria um bom cenário se, pelo menos, o Cenozoico Superior fosse pós-dilúvio. Um intervalo de tempo entre a liberação dos animais da arca e o início da Idade do Gelo proporcionaria tempo para os animais se dispersarem pelos continentes do hemisfério norte antes que o gelo se acumulasse o suficiente para bloquear sua migração.

3 -Por que a Bíblia não menciona nada sobre a Idade do Gelo?

A Bíblia registra a história dos povos que preservaram a história do Messias prometido. A Idade do Gelo não é relevante para essa história. Por outro lado, referências como Jó 38: 22 podem indicar um clima mais frio no início da história bíblica.

4 -O que causou a Idade do Gelo?

Tem havido muitas hipóteses sobre as causas da Idade do Gelo. De uma perspectiva criacionista, um dos modelos mais interessantes foi desenvolvido por M. J. Oard. Nesta reconstrução, o oceano ainda estaria aquecido imediatamente após o dilúvio. Isto significa que muita água evaporaria e produziria muita precipitação de neve, especialmente ao longo da rota de tempestades da costa oriental da América do Norte. Grandes quantidades de neve teriam se formado nesta região, onde ocorreu o maior acúmulo de gelo. À medida que a crosta terrestre se ajustava às mudanças causadas pelo dilúvio, ocorreram terremotos e atividade vulcânica em várias partes do globo. Os vulcões ejetaram poeira e sulfatos no ar, que bloquearam o sol e mantiveram os verões mais frescos. Isso teria aumentado a quantidade de precipitação e reduzido o degelo durante os verões. Quando a superfície ficou coberta de neve, o calor do sol era refletido com mais intensidade do que o que era absorvido na superfície. Isso arrefeceu ainda mais o ar, acelerando o processo de resfriamento. Depois de várias centenas de anos, o oceano teria resfriado a tal ponto que a quantidade de neve diminuiria. A atividade vulcânica também teria diminuído, permitindo que os verões se tornassem mais quentes e o degelo fosse maior.

5 -Quanto tempo durou a Idade do Gelo?

Numa perspectiva de idade mais curta, a era do gelo poderia ter durado menos de 1.000 anos. A maioria dos geólogos acredita que vários períodos glaciais foram separados por períodos mais quentes ao longo de centenas de milhares de anos. Um núcleo de gelo retirado da Groenlândia revelou mais de cem mil camadas anuais, enquanto que outro núcleo retirado da antártica foi interpretado um registro de mudanças climáticas nos últimos 740.000 anos. Mais pesquisas são necessárias para aprimorar a interpretação das geleiras, tendo em vista a mobilidade dos materiais nos mantos de gelo, a possibilidade de produção de várias camadas por ano a partir de múltiplas tempestades e os efeitos da fusão parcial da superfície.

6 - Como a Idade do Gelo afetou as plantas e os animais?

A Idade do Gelo afetou plantas e animais de várias maneiras. Em primeiro lugar, à medida que o clima esfriou, as zonas climáticas deslocaram-se em direção ao equador. As espécies tiveram que se mover juntamente com suas zonas climáticas, se adaptar a um clima diferente, ou se extinguirem. Existem numerosos exemplos destas três hipóteses. Em um deles, os mamutes lanosos se adaptaram ao clima frio do norte da Ásia, produzindo pelos mais espessos. Alguns mamutes ficaram presos na lama e na neve e seus corpos foram preservados por milhares de anos, até serem descobertos e estudados pelos cientistas. Não encontramos mais elefantes nativos no norte da Ásia porque os mamutes lanosos foram extintos.

A Idade do Gelo também afetou a capacidade dos organismos de se dispersarem para novas áreas. À medida que o gelo se acumulava nos continentes, muita água era perdida dos oceanos de modo que o nível do mar teria reduzido em cerca de 100 metros. O abaixamento do nível do mar expos pontes terrestres como as que ligam a Ásia e a América do Norte, o sudeste da Ásia com as ilhas Pátria de Sunda, a Austrália com a Tasmânia e a Nova Guiné, entre outras. Este fenômeno teria permitido a dispersão de terras em áreas que agora estão separadas pelo mar. À medida que os mantos de gelo cresciam em toda a América do Norte, formavam uma barreira que impedia a passagem de animais e plantas terrestres, dificultando a dispersão das espécies entre a Ásia e a América do Norte. Por outro lado, à medida que os mantos de gelo fundiam, o clima aquecia e as espécies puderam migrar para o norte.

7 - E quanto a outras eras do gelo da coluna geológica?

Outras eras glaciais foram propostas com base na interpretação de certas evidências geológicas, como os tipos de sedimento considerados característicos da atividade glacial. No entanto, as evidências para eras glaciais anteriores ao Quaternário são mais fragmentárias, permitindo interpretações alternativas para o conjunto de dados.

8 - Que questões mais significativas a respeito da Idade do Gelo ainda não foram resolvidas?

Como e com que rapidez se formaram os mantos de gelo e como eles afetaram o movimento de grupos humanos e de animais terrestres? Que processos podem explicar o grande número de camadas nos núcleos de gelo e as oscilações climáticas cíclicas observadas a partir de registros marinhos e terrestres?

 

A Semana da Criação

1 -O que foi criado no primeiro dia da semana da criação?

E disse Deus: “Haja luz” (Gênesis 1: 3). A Terra, antes do primeiro dia da criação, era escura (Gênesis 1: 2). No primeiro dia, Deus fez com que a Terra fosse iluminada. Isso não significa que a luz não existisse antes deste dia, porque a presença de Deus está associada à luz (Salmo 104: 2, Apocalipse 22: 5). O texto não diz que o fenômeno físico da luz foi criado pela primeira vez naquele dia, mas que a Terra, anteriormente escura, foi iluminada. Uma explicação possível da luz é que Deus, pessoalmente e fisicamente, veio à Terra, tornando-a iluminada. Se for assim, então como poderia haver noite novamente? A presença de Deus pode trazer luz ou escuridão, como mostra a experiência dos hebreus no deserto (Êxodo 13:21). Talvez a rotação da Terra tenha produzido dia e noite em diferentes partes da superfície, como acontece hoje.

Outra possível explicação da luz é que o sol e o sistema solar realmente existiam antes da semana da criação, mas a luz foi obscurecida para que a superfície da Terra se tornasse escura. A Terra naquela época pode ser comparada com Vênus, onde a espessa da atmosfera obscurece a luz do sol. No primeiro dia, a atmosfera teria sido desanuviada o suficiente para permitir que a luz alcançasse a superfície. Outra conjectura é que a luz pode ter vindo de outra fonte, como uma supernova. Outra possível interpretação será discutida na próxima seção.

2 - O que foi criado no quarto dia da semana da criação?

Disse também Deus: “Haja luzeiros no firmamento dos céus para fazerem separação entre dia e noite …” Dois grandes luzeiros são descritos, um para governar o dia e outro para governar a noite. Estes luzeiros apareceram no quarto dia da semana da criação. Os detalhes não são dados. Eles podem ter sido criados naquele dia. Se assim for, a luz dos três primeiros dias poderia ter sido fornecida pela presença de Deus.

Se nosso sistema solar existisse antes da semana da criação, como alguns criacionistas pensam, aparentemente o próprio sol não seria visível até o quarto dia. Isso pode ser explicado através da cobertura de densas nuvens atmosféricas que permitiam apenas que uma luz difusa alcançasse a superfície da Terra, mas não revelando sua fonte. No quarto dia, talvez a atmosfera fosse limpa para permitir que o sol e a lua fossem vistos pela primeira vez. Outra possível interpretação é que o sol e a lua existiam antes disto, mas somente no quarto dia eles foram “designados” para funções específicas em relação à Terra.

A frase “e fez também as estrelas” não exige que Deus tenha criado as estrelas ex nihilo no quarto dia. Alguns criacionistas sustentam que o universo inteiro, ou pelo menos a sua porção visível, tenha sido criado no quarto dia. O texto permite esta leitura, mas não a requer. As palavras “e fez” não estão no original, mas foram fornecidas pelos tradutores porque pensavam que isto seria o que o autor pretendia dizer. Uma tradução melhor do texto hebraico seria “o luzeiro menor para governar a noite e também as estrelas.” Isso poderia significar que a lua foi nomeada para governar a noite com as estrelas. Esta sugestão é apoiada pelo Salmo 136: 7-9, que diz “a lua e as estrelas para presidirem à noite”

3 - Por que a sequência dos dias da criação não corresponde à sequência do registro fóssil?

A sequência de criação de acordo com Gênesis incluiu: 1) plantas com semente, incluindo as árvores frutíferas; 2) criaturas voadoras (como as aves) e criaturas nadadoras (como os peixes e as baleias); 3) criaturas terrestres (como répteis, mamíferos e seres humanos). No registro fóssil a sequência é diferente: 1) peixes; 2) plantas com semente, mas que não dão frutos; 3) répteis terrestres; 4) répteis voadores; 5) mamíferos terrestres; 6) aves; 7) árvores frutíferas; 8) baleias; 9) humanos. A sequência fóssil não corresponde à sequência da criação porque o registro fóssil é um registro de morte ao invés de um registro da criação da vida. Além disso, o registro fóssil foi produzido após a semana de criação. Não houve processo de fossilização entre os dias da criação.

4 - Os dias da criação poderiam realmente representar períodos de mil anos, como ocorre em II Pedro 3: 8?

Tornar os dias da criação “dias” de mil anos não ajuda a explicar o texto. A sequência dos fósseis não corresponde à sequência de criação. A vegetação foi criada antes dos seres marinhos no relato da criação, mas aparece depois deles no registro fóssil. Os pássaros foram criados antes dos répteis terrestres, mas aparecem depois deles no registro fóssil.

Se os mil anos forem interpretados como correspondendo a uma noite e uma manhã, cada noite deveria ter ocupado aproximadamente metade desse tempo, ou 500 anos. A vegetação não poderia sobreviver a 500 anos de escuridão. Se os mil anos forem interpretados como anos ordinários, isto não resolve as idades propostas para os fósseis, que são considerados como tendo milhões dos anos. Qualquer tentativa de tornar os “dias” da criação igual a mil anos não resolve as questões de cunho científico, e ainda resulta em problemas de ordem textual e teológica.

5 - Os dias da criação poderiam representar períodos indefinidos de tempo?

No livro de Gênesis os “dias” da criação são numerados de 1 a 7, indicando uma sequência contínua. Estes dias consistem em “uma noite e uma manhã” – um período escuro e um período claro (de luz). O processo de criação descrito em Gênesis se dá através do comando. A linguagem parece indicar claramente dias comuns.

Um teste para saber se esta interpretação está correta seria verificar se o sentido da palavra “dias” é o mesmo em qualquer outro ponto das Escrituras. E ele é sim. Em Êxodo 20:11 e 31:17, os dias da criação são usados como base para a observância do sábado do sétimo dia. A interpretação dos dias da criação como dias literais é apoiada pela ocorrência do sábado como um dia literal fora da semana de sete dias literais.

Interpretar os “dias” da criação como sete períodos indefinidos de tempo apenas dificulta a compreensão correta do texto. A sequência de eventos no livro de Gênesis não corresponde ao registro geológico. Se os dias não são literais, a sequência de eventos certamente não será e o processo de criação instantânea, por decreto, também não. Se o livro de Gênesis não descreve com precisão a sequência de eventos ou os processos envolvidos na semana da criação, parece inútil tentar encontrar significado nos sete períodos de tempo.

6 - A criação ocorreu há 6.000 anos atrás?

A Bíblia não fornece uma idade precisa para a semana criação. Ela contém dados cronológicos e genealógicos que sugerem uma criação há cerca de 6.000 a 7.500 anos atrás, dependendo da versão utilizada no computo dos dados. Alguns criacionistas acreditam que os dados cronológicos da Bíblia são corretos e suficientes e que a criação ocorreu mesmo há cerca de 6.000 anos atrás. Outros criacionistas, não convencidos de que os dados bíblicos sejam suficientes, aceitam um período maior de tempo, desde que não se altere o caráter da história da criação. Retroceder a criação e o dilúvio a alguns milhares de anos não faria muita diferença em termos teológicos, mas retrocede-la a centenas de milhares ou milhões de anos implicaria em que os seres humanos tivessem evoluído ao longo do tempo, o que está contrário à mensagem da Bíblia. Portanto, os criacionistas bíblicos insistem que a idade da criação no livro de Gênesis é medida em milhares e não em milhões de anos.

7 - Como Caim encontrou uma esposa se não havia outros seres humanos antes da semana da criação?

Adão e Eva tiveram muitos filhos, de ambos os sexos (Gênesis 5: 4). Os nomes das filhas não são mencionados nas Escrituras, mas certamente elas existiram. Caim sem dúvida se casou com uma irmã. Isso não teria representado problemas genéticos entre pessoas criadas há tão pouco tempo. O acúmulo de mutações nocivas a partir desta época aumentou as chances de o acasalamento entre irmãos produzir filhos geneticamente defeituosos. Abraão aparentemente casou-se com uma meia-irmã (Gênesis 20:12), o que sugere que os casamentos dentro da família eram socialmente aceitáveis naquela época. Ainda hoje, os casamentos entre primos são comuns em grande parte do mundo, embora os riscos associados a defeitos de nascimento não sejam descartados.

8 - Os capítulos 1 e 2 de Gênesis apresentam relatos diferentes da criação?

Alguns acreditam que Gênesis 1 e 2 fornecem relatos contraditórios da criação, enquanto outros sustentam que os dois relatos são complementares. A interpretação complementar pode sugerir que a semana da criação descrita em Gênesis 1 é complementada em Gênesis 2. O capítulo 1 de Gênesis está preocupado com a cronologia da criação, enquanto que o capítulo 2 é uma amplificação da criação dos seres humanos e de sua morada, o Éden. Gênesis 1 introduz a universalidade da criação, enquanto que Gênesis 2 fornece a abertura para a saga da experiência humana relatada no restante do livro. A linguagem dos dois capítulos pode ser interpretada de maneira conflitante se alguém optar por fazê-la, mas a linguagem em si não exige uma interpretação conflitante.

9 - Que questões ainda não resolvidas sobre a semana da criação são de maior interesse?

Que eventos ocorreram nos dias 1 e 4 da semana da criação? Quando foram criados a água e os minerais da Terra?

 

Criacionismo e Ciência

1 - A crença na criação pode ser considerada científica?

Em nossa sociedade a ciência está frequentemente associada com o “naturalismo”. O naturalismo nega qualquer ação sobrenatural, enquanto que o criacionismo admite esta possibilidade. Portanto, de acordo com este conceito, a ciência estaria em conflito com o criacionismo. No entanto, a ciência pode ser definida de outras maneiras. Se “ciência” significa o estudo da natureza, então o criacionismo seria “científico” quando usado no contexto filosófico do estudo da natureza. Para alguns, o termo “científico” significa crença lógica, em oposição à superstição. Esse significado está implícito no “cientificismo” – a crença de que a ciência naturalista é a única maneira de descobrir a verdade. Trata-se de um mau uso do termo “científico”, em que a resposta é determinada pela definição utilizada no conceito.

2 - O cristão pode ser um cientista?

Sim. Muitos cientistas são cristãos, embora haja ainda certo preconceito em relação ao cristianismo em partes da comunidade científica. Muitos dos fundadores da ciência acreditavam que Deus estava ativo na natureza e que, na verdade, eles estavam meramente estudando os métodos que Ele utilizava para lidar com ela. A história mostra que a separação de Deus da natureza não é necessária para o avanço do conhecimento.

3 - Não é necessário que a ciência seja naturalista?

A ciência avançou porque os cientistas procuraram respostas a perguntas sobre como os eventos ocorriam. Isso pode ser investigado independentemente de alguém acreditar que Deus está dirigindo os eventos. Os cientistas não precisam acreditar no naturalismo, desde que procurem entender o mecanismo pelo qual os eventos ocorrem. No entanto, a ciência geralmente se preocupa em testar previsões derivadas de hipóteses específicas. A hipótese de que Deus causou um evento através de meios que não são possíveis de investigar não seria considerada, do ponto de vista do naturalismo, uma hipótese científica, porque esta hipótese não pode ser testada. Mas isto não quer dizer que ela pode ser considerada.

4 - Se os métodos utilizados por Deus fossem conhecidos da ciência, isso não sufocaria a pesquisa?

A crença de que Deus está ativo na natureza não sufocou a pesquisa para os fundadores da ciência e não precisa fazê-lo nos dias de hoje. O que se deve evitar é deixar de investigar um fenômeno porque se acredita que Deus o causou. Muitos cientistas foram estimulados a estudar a natureza porque acreditavam que Deus estava ativo nela e que, portanto, ela poderia ser melhor entendida através do estudo de Sua obra criadora.

5 - Como podemos justificar a rejeição da ciência com respeito à criação quando a ciência tem tido tanto êxito em outras áreas?

O sucesso da ciência se deve em grande parte à sua abordagem experimental. Utilizando experimentos controlados que podem ser repetidos inúmeras vezes os cientistas conseguem avaliar a veracidade das hipóteses ou as condições inicias de determinado evento. Os resultados desta abordagem têm sido espetaculares em campos tão diversos como saúde, transporte, comunicação, viagens espaciais e desenvolvimento comunitário. Os cientistas têm sido capazes de usar esta metodologia para descobrir muitas leis gerais que descrevem com precisão e preveem eventos do mundo físico. Isto é o que a ciência faz melhor, de forma que a ciência experimental raramente está em conflito com a Bíblia. Por outro lado, o estudo da ciência histórica é diferente. Aqui, as condições iniciais não podem ser observadas e não há controle metodológico para testar os efeitos possíveis decorrentes de causas individuais. Em alguns casos, pode-se tentar repetir o evento, mas nunca será possível fazê-lo com êxito. Muitas vezes, o melhor que se pode fazer é estudar os processos ocorridos naquele evento e testá-los para ver qual deles fornece a melhor explicação para a observação em questão. Se a causa real do evento histórico for um processo que já não está mais em operação, é possível que a causa verdadeira nunca seja descoberta. Apesar destas limitações, os cientistas aprenderam muito sobre a história da Terra. No entanto, quando os cientistas fazem afirmações que entram em conflito com a Bíblia, os cristãos têm boas razões para duvidar deles. A recusa dos cientistas em sequer considerar a possibilidade da atuação de processos sobrenaturais elimina qualquer possibilidade de se chegar a explicações corretas para eventos causados pela ação sobrenatural. Por esta razão, aqueles que aceitam a ação divina na história não se sentem forçados a aceitar explicações materialistas para eventos históricos, independentemente do sucesso da ciência em outras áreas.

6 - Que perguntas ainda não resolvidas sobre a criação e a ciência podem ser de maior interesse?

Como podemos alcançar a harmonia entre a fé e o estudo da natureza? Como podemos resolver as tensões entre fé e ciência?

 

Datação por Carbono-14

1 - Qual é a base da datação por Carbono 14?

O elemento carbono existe em três formas, ou isótopos: Carbono-12 (12C), Carbono-13 (13C), e Carbono-14 (14C). O Carbono-14 é formado na atmosfera superior quando nêutrons contidos na radiação cósmica atingem o Nitrogênio-14 (14N) e o converte em carbono-14. O 14C é instável (radioativo) e eventualmente decai para Nitrogênio-14. A taxa de decaimento é tal que metade dos átomos de Carbono-14 em uma amostra decai de volta para Nitrogênio em aproximadamente 5730 anos. Quando as taxas de formação de 14C e de desintegração alcançam o equilíbrio, a concentração de 14C na atmosfera também alcança uma constante. O nível atual é de cerca de 1 átomo de 14C para cada trilhão de átomos de Carbono. Devido à taxa constante de decaimento os cientistas podem calcular o tempo necessário para o nível de 14C em uma amostra chegar a uma dada concentração.

Organismos vivos ingerem carbono, na forma de dióxido de carbono (CO2), através da alimentação e da água, mantendo o mesmo nível de 14C no organismo que o do ambiente. Quando os organismos morrem, o 14C de seus corpos não é mais substituído, de forma que o nível de 14C diminui à medida que decai para 14N. Quanto mais o tempo passa, mais 14C irá desintegrar, de forma que menos 14C restará no corpo do organismo. Os cientistas podem medir a concentração de 14C em uma amostra com um alto grau de precisão e então calcular quanto tempo seria necessário para que a concentração de 14C na amostra diminua de um nível de inicial até o nível obtido na amostra. Esta será a idade de Carbono-14 (não corrigida) da amostra.

De forma geral acredita-se que a idade Carbono-14 obtida diretamente de uma amostra não é a idade real. Na prática, o nível de 14C na amostra é comparada com uma curva de calibração padrão construída pela medida do 14C presente em amostras de idade conhecida. A curva de calibração padrão desvia significativamente das idades obtidas quando se assume o conhecimento da concentração inicial de 14C e uma taxa de decaimento constante.

2 - Que materiais podem ser datados por Carbono-14?

O Carbono-14 é usado para datar materiais que foram parte de seres vivos e que ainda contém quantidades mensuráveis de átomos de 14C. É amplamente usado para datar fósseis ou amostras arqueológicas contendo matéria orgânica tais como madeira, carvão, ossos, conchas, etc. Não é usado para datar rochas e outros materiais inorgânicos.

A datação por Carbono-14 não pode ser aplicada em materiais que não tenham nenhum 14C. Espera-se que a maioria dos calcários, diamantes, carvão mineral e petróleo não contenham nenhum 14C residual por causa de sua idade presumida, de forma que não são utilizados, de maneira geral, na datação por 14C. Depois de aproximadamente dez meias-vidas, a quantidade de 14C se torna tão pequena que é difícil de se medir. Dez meias-vidas de 14C corresponde a cerca de 57.300 anos. Assim, a maioria das idades 14C tem valor menor que 57.300 anos. Às vezes é possível estender o intervalo de datação umas poucas meias-vidas. Assim, ocasionalmente, pode ocorrer idades de 70.000 anos ou mais. A datação por Carbono-14 não produz idades de milhões de anos, como acontece com alguns outros tipos de datação por radioisótopos.

3 - Quão precisas são as idades Carbono-14?

A parte experimental da datação por 14C consiste em medir as quantidades de Carbono-14 e Carbono-12, e algumas vezes Carbono-13, em uma amostra. Isto pode ser feito com boa precisão, embora possa ser difícil trabalhar com algumas amostras. Além disso, a precisão das idades depende da confiabilidade dos pressupostos usados na interpretação das medidas (ver abaixo).

As idades Carbono-14, normalmente, parecem ser razoáveis sempre que podem ser conferidas com registros históricos. Por exemplo, quando os manuscritos do Mar Morto foram datados, três métodos puderam ser usados: 1) Datas escritas nos próprios documentos (como a data no início de uma carta) 2) Paleografia, que estuda o estilo da escrita usada para escrever os documentos para datá-los, e 3) Carbono-14. Na maioria dos casos, os três métodos produziram resultados semelhantes. Surpreendentemente, em pelo menos um caso, o intervalo de tempo fornecido pela datação 14C não coincidiu com o intervalo de datas encontradas no documento.

Datações por Carbono-14 às vezes produzem resultados anômalos, no caso em que os organismos não absorvem quantidades usuais de 14C, entretanto, esses casos, com frequência, podem ser facilmente explicados. Existem poucos registros históricos para o período anterior a cerca de 1500 a.C.,. Nesse caso, a contagem de anéis de crescimento tem sido usada para calibrar e corrigir as idades 14C. A curva de calibração padrão resultante desta contagem apresenta certas oscilações nas quais a mesma concentração de 14C é encontrada em amostras de idades diferentes. Amostras pertencendo a esses segmentos da curva podem fornecer múltiplas idades.

4 - Quais são os pressupostos usados na determinação das idades Carbono-14?

O cálculo de uma idade baseada na concentração de 14C em uma amostra é baseado em vários pressupostos. O primeiro pressuposto é que a taxa de decaimento do 14C não mudou ao longo do tempo. Recentemente, foram publicadas em revistas científicas qualificadas, evidências sugerindo que esse pressuposto pode não ser verdadeiro para todos os isótopos. Apesar de se constatar que o 14C não varia, as taxas de decaimento de Silício-32 e Rádio-226 podem variar em relação à distância da Terra ao Sol. Pode haver outros exemplos de variação sistemática das taxas de decaimento. Mesmo que as pequenas variações relatadas não invalidem a datação por isótopos, essas variações levantam questões sobre o pressuposto de taxas de decaimento completamente uniformes.

Um segundo pressuposto é que a amostra a ser datada não experimentou nenhuma perda ou contaminação de 14C ao longo de sua história. A validade deste pressuposto depende do ambiente em que a amostra foi encontrada. Uma amostra isolada do ambiente externo tem mais probabilidade de evitar contaminação ou perda de 14C do que uma amostra num ambiente exposto onde materiais diversos podem entrar ou sair da amostra através da água ou por simples difusão. As violações deste pressuposto podem frequentemente ser identificadas.

Três pressupostos adicionais são necessários para se estimar a concentração inicial de 14C no ambiente durante o tempo em que o organismo, de onde veio a amostra, esteve vivo. a) a concentração de Carbono-14 na porção mais baixa da atmosfera deve ter sido relativamente constante. Isto depende da taxa de produção de 14C nas partes mais elevadas da atmosfera e da uniformidade da mistura nas regiões mais baixas; b) variações na produção de 14C podem ser causadas por mudanças na intensidade da radiação cósmica ou c) por variações do campo magnético terrestre. Sabe-se que estas mudanças ocorreram, mas acredita-se que é possível fazer as correções através da comparação do nível de 14C na amostra com a curva padrão construída usando amostras de idade conhecida.

Outro pressuposto é que as quantidades de Carbono-14 presentes nos reservatórios terrestres devem ter sido constantes. Os reservatórios terrestres incluem a atmosfera, os oceanos, a biosfera e os sedimentos. Violações desse pressuposto ocorrem nos oceanos devido ao tempo necessário para a homogeneização das águas de superfície com as camadas de águas mais profundas. Violações na atmosfera resultam de erupções vulcânicas que ocasionalmente adicionam 12C ao sistema, desta forma diluindo a concentração de 14C. Em tempos recentes, testes atômicos na superfície também alteraram a concentração atmosférica do 14C. Existe também um certo retardo na homogeneização do 14C na atmosfera dos hemisférios Norte e Sul o que resulta em idades de certa forma diferentes nos dois hemisférios. Outros processos podem afetar a concentração local de carbono-14. Esses efeitos são corrigidos pela comparação com amostras de lugares diferentes. Um pressuposto final é que as taxas de fluxo do Carbono-14 entre os respectivos reservatórios terrestres devem ser constantes e o que tempo de residência do 14C nos vários reservatórios deve ser pequeno comparado com a meia-vida deste isótopo.

Se essas três condições são satisfeitas, a concentração inicial de 14C na amostra pode ser estimada. Na prática, há variação suficiente nessas condições tornando necessário corrigir o valor bruto da idade radioativa através de sua comparação com a curva de calibração padrão.

5 - Como a datação por Carbono-14 pode ser afetada por um dilúvio global?

A datação por Carbono-14 depende da quantidade de 14C atmosférico em relação ao 12C. Esta razão pode ter sido diferente antes do Dilúvio. Os sedimentos contêm grandes quantidades de carbono-12 na forma de carvão mineral e petróleo. A quantidade de 14C no carvão mineral e petróleo é muito menor do que no ambiente presente. Se uma porção significativa do carvão e do petróleo representa organismos que foram depositados num dilúvio global, então a atmosfera pré-diluviana deve ter contido muito menos 14C e mais 12C do que a atmosfera atual. Se a taxa de produção de 14C antes do dilúvio foi menor do que é agora, o 14C pré-diluviano teria sido grandemente diluído pela vasta quantidade de 12C pré-diluviano. Isto faria com que qualquer material orgânico pré-diluviano apresentasse uma idade 14C muito maior do que a idade real. Depois do dilúvio, uma nova concentração de equilíbrio de 14C seria restabelecido depois de um tempo. Plantas e animais que viveram durante o tempo em que o novo equilíbrio estava sendo estabelecido mostrariam altas idades 14C, convergindo para o tempo de calendário depois de cerca de mil anos.

6 - Que problemas não resolvidos sobre a datação por Carbono-14 são de maior interesse?

Quais são as causas reais das flutuações no nível de 14C ao longo do tempo, resultando em oscilações e desvios do nível esperado na curva padrão de calibração baseada em amostras de idade conhecida? Por que amostras antigas de carvão, diamante e outros materiais que contém carbono apresentam, com frequência, níveis de 14C que resultariam em idades mais antigas do que a Bíblia permite e, entretanto, idades muito menores do que a geologia convencional sugere?

 

Dinossauros

1 - Quantos tipos diferentes de dinossauros existiram?

Não existe uma relação oficial de espécies de dinossauros, mas podemos dar números aproximados. O número de gêneros identificados é de mais de 900, mas não se tem certeza de quantos deles são realmente válidos. Alguns fósseis são muito incompletos para permitir uma identificação segura, além do que, ocasionalmente, alguém descobre que diferentes fósseis com nomes diferentes se referem ao mesmo tipo de dinossauro.Muitos gêneros, talvez a metade deles, são representados por apenas um espécime, enquanto que as dez espécies de Maiassauro são conhecidas por pelo menos 40 espécimes. O número de tipos diferentes de dinossauros continua aumentando à medida que novos fósseis são encontrados, portanto, é difícil estabelecer um número fixo que represente todos os tipos, mas é provável que sejam várias centenas. Os dinossauros formavam um grupo bem diversificados no tamanho e em
outras características. Variaram em comprimento desde animais do tamanho de um pombo (25 cm) a mais de 30 metros.

Alguns eram vegetarianos, enquanto outros eram predadores. Alguns eram bípedes enquanto outros eram quadrúpedes. A maior diversidade de dinossauros é encontrada nas rochas do Cretáceo (Maastrichtiano), a partir das quais eles desaparecem completamente do registro fóssil. Vários tipos extintos de répteis fósseis são às vezes erroneamente confundidos com dinossauros. Estes incluem os pterossauros, que eram répteis voadores e vários tipos de répteis marinhos, como os ictiossauros, plesiossauros, mosassauros e notossauros.

2 - Fósseis humanos e de dinossauros já foram encontrados juntos?

Não. Houve relatos infundados de fósseis humanos e de dinossauros no mesmo lugar, mas nenhum deles foi confirmado. Houve mesmo uma afirmação de que pegadas humanas e de dinossauros foram encontradas no leito do Rio Paluxy, no Texas, mas esta ocorrência também foi refutada. As pegadas de dinossauros são genuínas, mas as pegadas humanas não são.

3 - Havia algum dinossauro na arca?

Não há provas físicas para demostrar que os dinossauros estavam na arca. Pictogramas antigos mostrando dinossauros como criaturas, juntamente com lendas de dragões formam a base de algumas especulações sobre a memória cultural dos dinossauros. No entanto, não há evidência física conhecida de que os dinossauros viveram após o dilúvio. Nenhum resto de dinossauro foi encontrado em sítios arqueológicos ou em estratos fósseis contendo seres humanos. Foram feitos relatos ocasionais de supostos dinossauros ou outros répteis extintos que vivem em lugares remotos da Escócia, do Zaire, no oceano ou em qualquer outro lugar, mas nenhum deles foi confirmado.

Alguns propuseram que as referências bíblicas ao leviatã (Jó 41: 1, Salmos 74:14, 104: 26, Isaías 27: 1) ou behemoth (Jó 40:15) se referem a dinossauros, mas também tem se argumentado que esses nomes podem se referir a outros grandes animais como crocodilos, baleias ou hipopótamos, todos eles encontrados como fósseis em Israel ou nas suas proximidades.

4 - O que os dinossauros comiam?

A maioria dos dinossauros, provavelmente cerca de três quartos dos gêneros conhecidos, eram herbívoros. Estes incluem os ornitísquios, os grandes saurópodos e alguns terópodes. Alguns comiam animais pequenos caso eles estivessem disponíveis. Os terópodes, na maior parte, eram carnívoros. Alguns comiam peixe, enquanto outros provavelmente comiam animais maiores, como outros dinossauros ou mamíferos.

5 - Os dinossauros eram animais de sangue quente?

Não existe consenso entre os cientistas sobre esta questão. Os dinossauros provavelmente não eram de sangue quente no sentido em que aves e mamíferos o são. Eles podem ter vivido em climas quentes e úmidos, o que significaria que não teriam nenhuma dificuldade em manter o corpo aquecido. Os maiores teriam conservado o calor de forma mais eficiente do que os menores. Seu metabolismo pode ter sido mais rápido do que o dos répteis que vivem hoje, o que teria lhes proporcionado uma temperatura corporal mais elevada.

6 - Deus criou os dinossauros ou eles são o resultado do mal?

Deus criou toda a vida na Terra, incluindo os próprios dinossauros. No entanto, não sabemos o quanto os animais podem ter mudado desde a criação. Os fósseis de dinossauros se formaram somente depois que o pecado afetou a vida na Terra e os animais começaram a morrer. Por esse tempo, organismos vivos, incluindo dinossauros, podem ter sido corrompidos de alguma forma. A Bíblia afirma que a natureza se corrompeu e se encheu de violência (Gênesis 6: 11-13), razão pela qual Deus enviou o dilúvio. Alguns dinossauros eram predadores violentos, mas a maioria das espécies conhecidas teriam sido de animais herbívoros que se assemelhavam em tamanho aos animais de hoje, sendo bem adaptados ao ambiente em que viviam.

7 - Os cientistas acreditam que as aves evoluíram a partir dos dinossauros?

A maioria dos cientistas afirma que as aves evoluíram a partir dos dinossauros maniraptores. No entanto, vários cientistas, incluindo alguns paleontólogos muito respeitados e especialistas em aves reconhecem problemas na hipótese da descendência das aves a partir dos dinossauros. Alguns propuseram que as aves evoluíram de um grupo diferente de répteis, não de dinossauros. Se uma determinada crença de base filosófica requer um ancestral para as aves, os dinossauros, de fato, poderiam ser os melhores candidatos. As aves compartilham algumas semelhanças com os dinossauros, o que leva alguns taxionomistas a classifica-las no grupo dos dinossauros. Alguns fósseis foram encontrados com uma mistura de traços típicos de aves modernas e de dinossauros ou outros répteis.

O Archaeopteryx é o exemplo mais famoso, com penas que se parecem com a das aves modernas e também algumas características reptilianas. Archaeopteryx é muitas vezes interpretado como uma ave, embora com algumas diferençasimportantes em relação às aves modernas. Alguns fósseis de dinossauros descobertos na China apresentam penas, mas são encontrados em estratos geologicamente mais jovens que o Archaeopteryx, não podendo, portanto, representar os ancestrais das aves modernas. Podem ser aves que perderam a capacidade de voo ou mesmo representarem dinossauros com penas.
A presença de penas nos dinossauros não significa que as aves estão relacionadas a eles por ancestralidade. Todas as aves possuem penas, mas isso não significa que todas as aves evoluíram a partir de um único ancestral comum. A história da criação na Bíblia refere-se à uma variedade de criaturas que voavam. Havia muitos grupos de aves que foram criados separadamente, sendo provável também que outros tipos de organismos emplumados também existissem, possivelmente até mesmo alguns dinossauros.

8 - Que questões ainda não resolvidas em relação os dinossauros são de maior interesse?

O que nos dizem as pegadas de dinossauros encontradas no meio da coluna geológica a respeito do dilúvio bíblico? Como explicar o que parecem ser ninhos de dinossauros e ou bebês dinossauros em sedimentos provavelmente depositados pelo dilúvio? Por que não encontramos fósseis de dinossauros junto com fósseis de mamíferos mais recentes?

 

Especiação

1 - O que significa o termo “Espécies” no Livro de Gênesis?

O termo “Espécies” no Livro de Gênesis” não é uma expressão bíblica. A palavra “espécie” (No hebraico “min”) é usada na narrativa de criação do Gênesis, mas nenhuma definição é dada. A Bíblia usa a expressão “segundo a sua espécie” para se referir à diversidade de plantas e animais que Deus criou (Gênesis 1), ou que foram salvos na arca (Gênesis 6:20), ou na especificação de animais puros ou impuros (Levíticos 11). Muitos criacionistas têm mantido a tradição de que Deus mandou os animais se reproduzirem apenas “segundo a sua espécie”, mas um estudo do texto mostra que a reprodução não é o assunto sendo discutido. A Bíblia não dá nenhuma regra sobre animais se reproduzindo segundo a sua espécie. Com certeza é verdade que pais e descendentes são semelhantes, mas isto é uma observação científica mais do que é um mandado Bíblico. A palavra hebraica “min” pode ser um termo coletivo aplicado a um grupo de espécies semelhantes, em vez de um termo específico se referindo apenas a uma única espécie. A expressão “espécies do Gênesis” é usada por criacionistas para se referir à ideia de que Deus criou originalmente muitos grupos separados de populações que se cruzam e que produziram a diversidade de plantas e animais que conhecemos hoje. Cada “tipo” original pode ter se diversificado em numerosas variedades de fósseis e espécies que vivem atualmente. Portanto o termo “linhagem” poderia ser usado em associação com “tipo”, reconhecendo que pode haver considerável flexibilidade genética dentro de um dado “tipo”.

2 - Como explicamos os predadores, parasitas e criaturas venenosas se os animais originalmente comiam plantas?

Os cientistas ainda não determinaram como animais inofensivos podem ter se tornado parasitas e predadores, mas, atualmente, o assunto sobre o desenvolvimento está sob intenso estudo. A Bíblia não diz como tais coisas se originaram, mas fala que toda a natureza mudou por causa do pecado de Adão (Gênesis 3:14, 18; Romanos 8:20). Aparentemente, os seres humanos foram criados para ter domínio sobre as criaturas vivas (Gênesis 1:26-28). Parece que uma das consequências do seu pecado foi perder o controle do mundo para Satanás (João 12:31; Jó 1:6, 7; Jó 2:1, 2). Portanto, o mal que vemos na natureza é responsabilidade de Satanás e aqueles que ele influencia (Mateus 13:28; Lucas 13:16). A violência e corrupção da criação original foram as principais razões para a destruição do mundo pelo dilúvio (Gênesis 6:11-13). Quando o mundo for restaurado, a harmonia da natureza será restaurada (Isaías 11:6-9; Isaías 65:25; Apocalipse 21:4; Apocalipse 22:3).

 

3 - Existem limites do quanto as espécies podem mudar?

A Bíblia não aborda este ponto, mas a ciência mostra que a variação é limitada. Não temos um sistema para quantificar diferenças morfológicas entre espécies, assim os limites não podem ser quantificados. Entretanto, milhares de experimentos foram conduzidos por criadores e geneticistas e muita informação foi obtida. Algumas espécies têm uma grande capacidade para variações (e.g., variações entre raças de cães são equivalentes às vistas entre diferentes gêneros de canídeos selvagens) e podem produzir novas variedades de espécies; mas parece improvável que este tipo de variação possa se acumular para a produção de novos órgãos ou novos planos corporais. Por outro lado, a existência de predadores e parasitas sugere que algumas espécies passaram por uma mudança considerável. O mecanismo desta mudança não foi ainda completamente demonstrado.

4 - Qual é a unidade taxonômica que melhor representa os tipos originalmente criados?

Não há uma resposta geral — grupos diferentes com frequência tem aspectos diferentes que não são comparáveis. Unidades taxonômicas, tais como gênero, família, ordem, etc. são definidas subjetivamente, baseado na opinião de um taxonomista especialista. Não temos como determinar se duas famílias de insetos são tão semelhantes entre si como são duas famílias de répteis ou duas famílias de algas. Os cientistas não desenvolveram uma medida que possa quantificar diferenças morfológicas entre espécies. Alguns grupos, tais como cães, ursos, gatos, veados, elefantes e outros parecem cair naturalmente em grupos distintos ao nível de famílias taxonômicas e a unidade “Família” pode ser uma estimativa da distinção entre os tipos originalmente criados. À medida que o desenvolvimento embriológico se torna melhor entendido, podemos aperfeiçoar nossa habilidade para estimar o relacionamento entre a diversidade atual e os tipos criados originalmente.

5 - As mudanças nas espécies podem ser suficientemente rápidas para explicar a biodiversidade atual em um tempo relativamente curto?

Não sabemos o quanto as espécies mudaram desde a criação, porque não sabemos como eram originalmente e também não sabemos que mudanças foram necessárias para produzir as diferenças morfológicas em espécies semelhantes. Os cientistas já aprenderam que mudanças morfológicas em espécies podem ocorrer de forma bem rápida, especialmente durante períodos de stress ambiental. A maioria das mudanças observadas são pequenas, e podem produzir diferenças entre espécie ou gênero. Essas mudanças observadas foram provavelmente impulsionadas por processos naturais, tais como processos epigenéticos ou diferentes combinações de genes como descrito na genética quantitativa. Mutações aleatórias podem não ter sido tão efetivas como a teoria neodarwiniana tem pressuposto.

Se uma espécie se espalha por uma grande área geográfica com muitos habitats disponíveis, poucos competidores e poucos predadores, ela pode rapidamente aumentar em quantidade. Populações de habitats diferentes podem sofrer seleção local para aspectos diferentes. Se a seleção continuar por várias gerações, poderá resultar na produção de muitas espécies localmente adaptadas. É possível admitir que uma espécie ancestral possa se dividir em dúzias de espécies separadas em poucas centenas de anos imediatamente após o dilúvio.

6 - Como explicamos as semelhanças genéticas e moleculares entre humanos e chimpanzés?

Não sabemos exatamente como as moléculas de DNA constroem o organismo, mas parece claro que há uma relação entre as sequências de DNA e a forma e função do corpo. Se é assim, então deve-se esperar que corpos semelhantes sejam resultado de sequências de DNA semelhantes. Assim, humanos e chimpanzés teriam uma similaridade genética maior do que humanos e pinheiros, por exemplo. As semelhanças na sequência do DNA de humanos e chimpanzés são impressionantes e é compreensível que evolucionistas expliquem esta semelhança como resultante da ancestralidade comum. Se as semelhanças são tão grandes, pode-se conjecturar por que as duas espécies são tão diferentes. O que as faz diferentes? Não sabemos a resposta, mas entende-se agora que as diferenças genéticas são maiores do que se pensava há apenas uma década. A menos que aprendamos como as diferenças entre as espécies são produzidas, provavelmente não entenderemos o significado das semelhanças entre humanos e chimpanzés. Por outro lado, muitas sequências do DNA e de proteínas são muito semelhantes em todos seres vivos, de forma que cada vez mais se reconhece que outros fatores devem controlar a forma do corpo. Uma ideia seria que as proteínas são semelhantes aos materiais de construção, enquanto que algum outro fator nos organismos vivos funciona como um projeto. Da mesma forma que muitos tipos de prédios podem ser construídos utilizando-se tijolos, madeira e aço, assim também as mesmas proteínas podem produzir uma variedade quase que sem fim de formas vivas. As diferenças são devido ao projeto, e não aos materiais de construção utilizados.

7 - Que problemas não resolvidos sobre mudanças nas espécies são de maior interesse?

Algumas das questões são sobre as diferenças entre a criação original e o mundo atual. Como eram os animais originalmente criados? Como podemos determinar que espécies compartilham verdadeiramente o mesmo ancestral originalmente criado e quais espécies têm ancestrais diferentes? Como o corpo é formado pelos genes e que mecanismos controlam a forma do corpo?

 

Fósseis Humanos

1 - O homem das cavernas realmente existiu?

Certamente houveram seres humanos que habitavam as cavernas e pode mesmo existir alguns que ainda vivem desta forma nos dias de hoje. Isso não significa que a maioria dos seres humanos pré-históricos habitavam as cavernas. Evidências de ocupação e atividade humana são frequentemente encontradas em sedimentos formados em ambientes abertos, como lagoas e rios, embora os restos de abrigos artificiais ao ar livre sejam raros. Esta escassez de vestígios poderia ser consequência do uso de materiais de construção de baixo potencial de preservação (como madeira ou fibras vegetais). A ocupação de cavernas por seres humanos pode ser inferida a partir de várias evidências. Vestígios esqueléticos humanos encontrados em depósitos de cavernas são obviamente um indicador potencial, mesmo que animais ou processos físicos (tais como fluxos de detritos) possam tê-los transportados para outros locais. Em alguns casos, esqueletos humanos articulados encontrados em cavernas foram até interpretados como sendo enterrados intencionalmente, embora alguns sugerem que pode-se tratar de cadáveres preservados naturalmente.

A melhor evidência da habitação de seres humanos em cavernas é obtida pela associação de restos mortais humanos com ferramentas de pedra, fragmentos de ossos de animais e restos de lareiras, como na Caverna de Amud em Israel. Finalmente, um indício interessante de ocupação de cavernas por seres humanos pré-históricos são as pinturas rupestres encontradas em dezenas de cavernas do sul da Europa, como a de Grotte Chauvet na França. Muitas dessas pinturas mostram um nível impressionante de habilidade na representação de figuras, com desenhos muito realistas de vários animais. Habitar em cavernas não é indício de inteligência “primitiva”. O homem de Cro-Magnon, por exemplo, devia habitar em cavernas já que são atribuídos a ele algumas das pinturas mais notáveis das cavernas do sul da Europa. Estes humanos eram essencialmente os mesmos que os europeus modernos e provavelmente representam europeus pré-históricos. Possuíam um alto grau de realização intelectual, artística e tecnológica.

2 - Existem realmente fósseis que se assemelham a seres humanos primitivos?

Sim, existem fósseis que se assemelham a seres humanos, mas com traços diferentes daqueles encontrados no homem moderno. Os neandertais são um exemplo, junto com outros grupos como o Homem de Java e o Homem de Pequim. Estes parecem ter sido humanos, mas um pouco diferentes dos humanos de hoje. Os criacionistas geralmente interpretam esses fósseis como sendo de raças extintas de humanos.

3 - Os neandertais foram humanos verdadeiros?

Muitos criacionistas acreditam que os neandertais eram verdadeiramente humanos , e alguns  evolucionistas provavelmente concordariam, embora com algumas ressalvas. Os neandertais podem ter vivido em cavernas, onde por vezes enterravam seus mortos, mas isso não significa que não fossem humanos. O crânio dos neandertais foi moldado de forma diferente da maioria dos seres humanos modernos, com sobrancelhas marcadas, ausência de queixo e caixa craniana um pouco maior que a média dos seres humanos modernos. A sua cultura material era sofisticada em vários aspectos. Apresentavam algumas características únicas como um crânio alongado para trás, testa baixa e quase ausente, abertura nasal ampla e protuberância occipital, mas, no geral, compartilhavam a maioria dos seus traços com o homem moderno. Algumas das diferenças do crânio podem ter sido produzidas, em parte, por respostas ao clima severo e à comida que era difícil de mastigar. Aparentemente, seu corpo era mais robusto que o do homem moderno.

O sequenciamento recente do DNA mitocondrial de ossos de Neandertal indica que seu DNA era um pouco diferente do DNA dos seres humanos atuais, mas há evidências de cruzamento entre neandertais e humanos como aqueles que vivem hoje. Anatomicamente, os neandertais parecem ter sido uma raça separada dos humanos com adaptações para viver em condições mais rígidas.

4 - O que são fósseis humanos 'arcaicos'?

Existe um grupo de restos esqueléticos que não se encaixa muito bem em nenhuma das outras categorias, sendo formalmente chamados de “Homo sapiens arcaicos”.12 Às vezes recebem nomes como se fossem espécies separadas, como Homo heidelbergensis, Homo rhodesiensis e possivelmente Homo sapiens. Os neandertais (Homo neanderthalensis) também são incluídos neste grupo. De maneira geral apresentam sobrancelhas marcadas, semelhantes às demais formas eretas. À exceção dos neandertais, a caixa craniana destes seres arcaicos era maior, contudo sendo menor do que nos seres humanos modernos. Os criacionistas geralmente aceitam os humanos “arcaicos” como parte do homem moderno.

5 - Quem foram os australoptecíneos?

Os australopitecíneos incluem um grupo diverso de macacos extintos que provavelmente andavam de forma ereta, embora exista dúvida sobre a extensão do seu bipedalismo. O grupo inclui Australopithecus e Paranthropus e possivelmente Ardipithecus e Kenyanthropus. Australopithecus é o mais conhecido do grupo. Eles possuíam vários traços intermediários entre macacos e o homem moderno, mas tinham um cérebro do tamanho do cérebro de um chimpanzé e algumas características que sugerem hábito arborícola. Existem evidências de que teriam dificuldade de caminhar de forma ereta, assim como os chimpanzés modernos. Os australopitecos são interpretados pelos criacionistas como um tipo extinto de macaco, não ligados à descendência humana.

6 - Os ossos do pé dos australopitecos indicam que eles eram completamente bípedes?

Ossos do pé dos australopitecíneos são muito raros. As reconstruções do tipo de locomoção se baseiam, portanto, numa amostragem pequena e frequentemente fragmentada, dificultando assim maiores generalizações. Os exemplos mais comuns de ossos do pé de australopitecíneos incluem:

– Lucy (AL 288-1, Australopithecus afarensis): um par de falanges e um osso do tornozelo (talus),
com possibilidade de reconstruir sua articulação com a parte distal da tíbia;
– “Pequeno Pé” (Stw 573, A. africanus): osso do tornozelo, parte do pé médio e parte dos ossos do dedo grande, articulados.
– Restos fósseis relativamente abundantes da Etiópia (incluindo ossos do tornozelo e do calcanhar, ossos do pé e até mesmo um pé relativamente completo), mas de atribuição incerta, embora frequentemente atribuído a A. afarensis.
– Restos de A. sediba (África do Sul), incluindo o conjunto articulado da tíbia-tornozelo-calcanhar e alguns ossos do dedo do pé, desarticulados.

Os estudiosos destes restos normalmente se apoiam em certas inferências acerca da locomoção bípede dos australopitecíneos. No entanto, existem diferentes opiniões acerca da tipologia exata do bipedalismo ou da extensão do estilo de vida arbóreo.

Essas dúvidas decorrem de uma característica importante dos restos fósseis deste grupo: de maneira geral, eles apresentam uma distribuição dos seus caracteres em mosaico. Este termo é usado para ilustrar o fato de que algumas características dos seus restos fósseis podem se assemelhar ao pé do homem moderno, enquanto que outras se parecem mais com o pé dos macacos. Por exemplo, o osso do tornozelo de Lucy articula-se com a extremidade da tíbia de uma forma semelhante à do homem moderno, mas os ossos do pé são mais longos e curvos, um traço mais semelhante ao dos macacos. A configuração em mosaico também difere de caso para caso, de modo que um osso particular (por exemplo, o osso do tornozelo) pode ser o caractere mais “moderno” em um determinado espécime de australopitecos, mas ser mais semelhante ao de um macaco em outro espécime. Esta configuração em mosaico tem desafiado a visão evolucionária convencional da emergência gradual e linear do bipedismo, introduzindo um cenário mais complexo, com a ocorrência e coexistência de diferentes graus e formas de bipedismo entre espécies de fósseis de hominídeos. Essa complexidade contrasta com o que é frequentemente apresentado para o público, ou seja, que  a evolução do homem é um bom exemplo de uma sequência evolutiva gradual.

7 - Existe uma sequência evolutiva que conduza dos macacos ao homem?

Na verdade, não. Existem vários tipos de fósseis que apresentam misturas de traços semelhantes a humanos e macacos. Várias tentativas foram feitas para organizá-los em uma sequência que vai daqueles que tem menos caracteres humanos para aqueles que tem mais. Os australopitecos têm o menor número de traços humanos, seguidos das formas eretas, do grupo “arcaico”, dos neandertais e do Homem de Cro-Magnon. A sequência pode parecer convincente para alguns, sendo interpretada como uma linhagem evolucionária. Entretanto, ainda numa perspectiva evolucionária, alguns australopitecos, além de outros exemplos, podem ser considerados como ramos de uma árvore evolutiva que se divergiu ao longo do tempo e que um destes ramos teria conduzido aos seres humanos. Neste caso os australopitecos não seriam antepassados diretos do homem moderno.

Os criacionistas enfatizam a importância das diferenças entre os australopitecos e o gênero Homo (onde os humanos estão incluídos) e rejeitam os australopitecos como ancestrais do homem moderno.

A natureza frágil e fragmentária dos dados e a influência de pressupostos filosóficos se combinam para dificultar a separação do que seja fato do que seja conjectura. Novas descobertas muitas vezes embaralham as linhagens previamente estabelecidas, de forma que a relação evolutiva proposta entre seres humanos e macacos fósseis permanece controversa. Os restos humanos fósseis seguem um padrão observado em outros grupos com maior diversidade. Nestes grupos não é raro a extinção de algumas linhagens e sobrevivência de outras, neste caso a que chamamos de homem moderno.

8 - O que dizer dos seres humanos gigantes que viveram antes do dilúvio? Algum deles foi encontrado?

A Bíblia não afirma claramente que todos os antediluvianos eram gigantes. A existência de “Nephilim” antediluvianos, uma palavra às vezes traduzida como “gigantes”, é mencionada apenas uma vez em Gênesis 6: 4 (o mesmo termo, “Nephilim” é usado em outro texto, Números 13:33, para se referir aos “gigantes” que os doze espiões hebreus viram enquanto exploravam a terra de Canaã). Livros apócrifos podem conter referências a antediluvianos gigantes, mas não há nenhuma indicação clara de que todos os seres pré-diluvianos eram gigantes. Em 2002, o site www.worth1000.com patrocinou um concurso intitulado Archaeological Anomalies 2 (Anomalias Arqueológicas 2) que recebeu fotos modificadas para demonstrar fraudes arqueológicas. Muitas das fotos mostraram fósseis humanos gigantes falsos (veja por exemplo: http://fx.worth1000.com/entries/18533/giants), mas nenhuma delas foi considerada como original. Desde então, outras imagens semelhantes de fraude têm sido divulgadas, mas, de fato, ainda não foi encontrado fósseis humanos antediluvianos, sejam eles de gigantes ou de humanos de tamanho normal.

9 - Existiu realmente uma Idade da Pedra?

O termo “Idade da Pedra” é usado para se referir a um intervalo de tempo da história humana que antecedeu a produção de registros históricos, tais como documentos escritos, sendo caracterizada pela abundância de sítios arqueológicos com ferramentas líticas (= feitas de pedra). Dezenas de milhares dessas ferramentas foram descobertas, descritas e classificadas com base na sua forma e função. Muitas delas são objetos altamente refinados obtidos através de técnicas de preparação precisas e todas requerem altos níveis de destreza para sua produção. Algumas tendências podem ser observadas nos tipos de ferramentas de pedra encontradas nas diferentes localidades, permitindo uma maior subdivisão da Idade da Pedra em subintervalos menores. Algumas dessas tendências são interpretadas como evidência para o surgimento progressivo da sofisticação técnica e cultural. Os criacionistas podem interpretar as mesmas tendências como relacionadas à dispersão pós-diluviana e à nova diversificação de grupos humanos pré-históricos.

Pelo menos os locais mais recentes da Idade da Pedra incluem ferramentas feitas com materiais diferentes, como ossos, marfim e chifres. Também é possível que ferramentas feitas de material menos durável (como a madeira) fossem fabricadas junto com ferramentas de pedra, mas não sendo preservadas. Esta possibilidade é apoiada por descobertas esporádicas, mas significativas, como a descoberta de lanças de madeira em um sítio arqueológico da Idade da Pedra.

10 - Será que os humanos caçavam mamutes?

O mamute é um tipo extinto de elefante. Dentre as evidências de que grupos humanos interagiram com populações de mamutes inclui-se a ocorrência de ossos de mamutes associados a ferramentas de pedra, abrigos feitos com ossos de mamute, ferramentas e ornamentos feitos de presas de mamute e pinturas de cavernas representando mamutes. Entretanto, não se sabe ao certo a extensão da caça dos mamutes pelos humanos. Alguns exemplos foram encontrados de ossos de mamute exibindo danos de caça ou com fragmentos de ferramentas embutidos no corpo, indicando a caça direta. A extinção dos mamutes foi contemporânea ao desaparecimento de vários grupos de animais de grande porte e tem sido, pelo menos em parte, atribuída à caça intensiva dos seres humanos. No entanto, a correlação causal não é clara, sendo sugeridas explicações alternativas (incluindo a perda de habitat devido a mudanças drásticas do clima e a morte por infecções parasitárias).

11 - Como nasceram as raças de humanas? Algumas delas foram marcadas por alguma forma de maldição?

Todos os seres humanos estão vivendo sob a maldição do pecado e é duvidoso que isso se aplique mais a uma raça do que a outra. As raças se desenvolvem facilmente quando pequenos grupos são isolados por muitas gerações. A distância, a linguagem e as barreiras físicas podem agir como mecanismos isoladores. Quando as línguas foram confundidas em Babel, grupos pequenos podem ter dispersado por vários lugares, tornando-se isolados e, portanto, constituindo raças diferentes.

Algumas feições raciais podem resultar do fato de que certas características fisiológicas são vantajosas em ambientes específicos. A cor da pele é um exemplo. A luz solar é necessária para produzir vitamina D. Pessoas com excesso de melanina na pele podem sofrer falta de vitamina D em áreas com baixas quantidades de luz solar, como próximo à região dos polos. A pele clara é vantajosa nestas latitudes, como na Escandinávia. No entanto, o excesso de luz solar resulta na destruição dos folatos (às vezes chamados de vitamina B9), aumentando o risco de câncer de pele. A melanina é um pigmento de pele escura que protege aqueles que vivem em climas tropicais da luz solar excessiva, tornando a pele escura vantajosa em latitudes equatoriais. Em geral, traços como a cor da pele, associados a vários grupos raciais são controlados por múltiplos alelos e não requerem mutações específicas para produzi-los. A capacidade de variação parece ter sido projetada nos seres humanos, assim como em outros tipos de organismos.

12 - Que questões ainda não resolvidas sobre os seres humanos fósseis são de maior interesse?

Por que ainda não encontramos fósseis humanos que teriam sido soterrados pelo Dilúvio? Qual a explicação para os fósseis com mistura de caracteres entre macacos e humanos? Por que os fósseis humanos são encontrados somente nos estratos superiores da coluna geológica, não estando misturados nos estratos inferiores?

 

Fósseis

1 - O que são fósseis?

Fósseis são restos ou vestígios de organismos que ficaram preservados nas rochas. Existem vários tipos de fósseis, a maioria dos quais são comumente agrupados como restos ou vestígios. Os restos são as partes preservadas do organismo como ossos, dentes, conchas, insetos preservados em âmbar, madeira, folhas, sementes, pólen, algas, etc. Durante a litificação, as camadas de sedimento que contêm os restos de organismos (ex: conchas) podem preservar a sua forma, mesmo depois que os mesmos tenham sido totalmente destruídos. Assim, uma concha pode ser totalmente dissolvida, mas poderá deixar seu molde no sedimento. Se a concha for preenchida internamente por sedimento, o molde resultante será denominado de molde interno, pois registrará a impressão das feições internas da concha. Por outro lado, se a concha for coberta externamente pelas partículas sedimentares, o molde resultante será denominado de molde externo, por preservar as feições externas da concha. Desse modo, os moldes internos são formas convexas e os moldes externos são formas côncavas. Quando a concha é dissolvida, restará um espaço vazio equivalente àquele que a mesma ocupava nas camadas sedimentares em compactação. Se este espaço for preenchido novamente por partículas sedimentares ou ocorrer a precipitação de minerais secundários, e a superfície interna como a externa também forem compactadas, o molde resultante será chamado de contramolde.

Os restos podem ou não serem alterados quimicamente, dependendo das circunstâncias. Um mamute congelado é um exemplo de um resto fóssil inalterado. A madeira petrificada é um exemplo de um fóssil alterado, onde os minerais dissolvidos na água preenchem o tecido lenhoso através de um processo de fossilização denominado permineralização. Fósseis traço ou vestígios são evidências preservadas da atividade de um organismo, tais como tocas, ninhos, perfurações em madeira, pegadas, coprólitos (fezes fossilizadas), etc. Fósseis químicos são uma descoberta relativamente recente. Estes incluem moléculas tais como os ácidos graxos que faziam parte de um organismo e podem ser detectados usando várias técnicas.

2 - Como os fósseis se formaram?

Condições diferentes durante a preservação podem resultar em diferentes tipos de fósseis, mas o soterramento rápido é quase sempre importante. Por exemplo, as pegadas e outros vestígios superficiais da atividade de um organismo são rapidamente obliterados pela água ou pelo vento. Assim, vestígios fósseis são geralmente indícios de que o soterramento ocorreu logo após estes terem sido produzidos. A preservação de restos fósseis geralmente requer a presença de partes duras, soterramento rápido e condições químicas apropriadas no sedimento. Partes duras, como ossos ou conchas, exigem muito mais tempo para se decomporem do que as partes moles, como os órgãos internos. O soterramento rápido protege os restos da destruição provocada pelo ambiente.

Os cadáveres são normalmente eliminados por necrófagos dentro de horas ou dias, no caso de animais de pequeno porte, ou até meses ou anos no caso animais maiores ou troncos de árvores. Após o soterramento, a água rica em minerais pode percolar os sedimentos e substituir os tecidos ou preencher os poros do organismo (perminarelização). A madeira petrificada é um bom exemplo disto. Às vezes vestígios do tecido original ainda são preservados no tronco fóssil. Até mesmo conchas fósseis e ossos podem ser substituídos pelos minerais presentes em solução. Organismos soterrados ou partes do organismo que foram mineralizadas são muito mais propensos a preservação do que aqueles que não foram. Uma vez que a fossilização é um evento raro, pode-se pensar que o registro fóssil seja muito incompleto. Uma exceção deve ser considerada no caso de soterramento catastrófico, onde um grande número de organismos de uma mesma área é soterrado rapidamente, tornado inacessível aos animais necrófagos e a outras forças destrutivas da natureza. Mesmo o sepultamento catastrófico de uma grande área produzirá um registro fóssil incompleto, porque a maioria dos organismos de corpo mole pode se decompor antes da mineralização ocorrer. Muitos exemplos de sepultamento catastrófico são conhecidos. Alguns incluem os peixes fósseis da Formação Green River em Wyoming/EUA, os invertebrados marinhos do Folhelho Burgess, no Canadá e os dinossauros do bone bed Hilda, em Alberta, Canadá.4 Esses e outros exemplos de preservação excepcional fornecem algumas das informações mais importantes do registro fóssil.

3 - Quanto tempo leva para um fóssil se formar?

O tempo necessário para um fóssil se formar varia de acordo com o tipo de fóssil. Existem alguns casos de fossilização instantânea, enquanto outros levam dias ou até meses. No entanto, fósseis não exigem milhares ou milhões de anos para formarem. Quanto maior for o tempo de fossilização, menores são as chances de um organismo ficar preservado.

Um exemplo de fossilização quase instantânea é observado nos peixes fósseis da Formação Santana, Cretáceo da Bacia do Araripe no Nordeste do Brasil. Muitos destes peixes foram preservados em três dimensões. Os peixes normalmente mostram sinais de decomposição em dias ou semanas após a morte, entretanto, neste caso, a fossilização parece ter ocorrido de forma muito rápida. O estado de preservação excepcional destes peixes indica que a fossilização ocorreu em poucas horas, provavelmente devido ao sepultamento em águas ricamente mineralizadas. Da mesma forma, experimentos com crustáceos, como o camarão, demonstraram que estes animais entraram em processo de decomposição em poucas semanas, mesmo na ausência de oxigênio no ambiente. Por outro lado, as partes duras como ossos e conchas podem persistir no ambiente por muitos anos, por isso sua preservação pode ser mais lenta. Ossos deixados na superfície são geralmente destruídos por animais necrófagos ou decompositores em poucos dias ou semanas, enquanto que conchas ou carapaças podem durar até centenas de anos se as condições forem favoráveis. Ossos ou conchas desarticulados indicam um período de tempo maior entre a morte e a preservação. Devido à sua resistência, ossos, conchas e dentes estão entre os tipos mais comuns de fósseis.

4 - Que tipo de informação podemos obter dos fósseis?

Examinando as feições anatômicas de um fóssil é possível inferir seu tamanho, forma, tipo de locomoção e a dieta que possuía enquanto vivo. Podemos também aprender muito sobre seu comportamento e suas relações paleoecológicas. A natureza dos sedimentos adjacentes pode revelar se o ambiente era um rio, lago, praia, águas marinhas rasas ou profundas, etc. Por exemplo, um folhelho fino com diversos tipos de fósseis de animais comuns no fundo dos oceanos indicaria um ambiente marinho, enquanto que um depósito de granulação grossa com vertebrados terrestres seria interpretado como um depósito fluvial. A qualidade de preservação dos fósseis pode nos indicar se o soterramento foi rápido ou se animais necrófagos agiram mais rapidamente sobre as carcaças. Ao comparar os fósseis com os organismos vivos, ficamos sabendo que muitos destes organismos foram extintos.

Os fósseis nos revelam que os organismos do passado foram complexos e fascinantes, como são os de hoje, entretanto pouca coisa podemos dizer sobre a cor destes organismos, os sons que eles emitiam ou muitos dos detalhes que observamos nos dias hoje. Quando vemos animações coloridas de dinossauros grunhindo, devemos lembrar que tais reconstruções são baseadas em inferências teóricas ao invés de observação direta.

5 - Por que existe uma sequência ordenada de fósseis na coluna geológica?

Os sedimentos são depositados pela água ou pelo vento e dão origem aos estratos sedimentares que vão conter plantas e animais. Não é raro encontrar muitas camadas de fósseis no registro sedimentar. No entanto, os diferentes tipos de fósseis não são encontrados aleatoriamente ao longo das camadas de rocha, mas são classificados numa sequência que parece bastante consistente em diferentes localidades do globo. Os diferentes tipos de fósseis que ocorrem em diferentes estratos sedimentares formam o que chamamos de registro fóssil.

Cosmovisões diferentes fornecem explicações diferentes para a distribuição ordenada dos fósseis na coluna geológica. Uma das explicações considera que esta distribuição foi causada pelo dilúvio bíblico de Gênesis. No caso de uma inundação global, as superfícies mais baixas seriam as primeiras a serem preenchidas. Uma vez que estas superfícies são os próprios fundos oceânicos, esperaríamos encontrar fósseis marinhos abaixo dos fósseis continentais. Além disso, seria de se esperar que os organismos que viviam nos primeiros habitats a serem destruídos seriam os menos prováveis de sobreviver à inundação. Como o assoalho oceânico estava coberto por sedimentos, poderíamos esperar encontrar fósseis de animais e plantas que habitavam as áreas mais deprimidas, seguidas por fósseis de espécies que habitavam as regiões mais elevadas. Esta teoria foi proposta pela primeira vez por Harold W. Clark e é conhecida como Teoria do Zoneamento Ecológico (TZE).

Várias previsões da TZE são verificadas no registro fóssil. Por exemplo, os estratos da base do período Cambriano contêm representantes de praticamente todos os filos de organismos vivos e de muitos outros grupos que se tornaram extintos. O surgimento abrupto de diversos grupos de animais marinhos na parte inferior da coluna geológica é conhecido como Explosão Cambriana. Além disso, os fósseis de organismos continentais aparecem em uma sequência que se correlaciona razoavelmente com o aumento do hábito terrestre. Em geral, os organismos que se fossilizaram nos estratos inferiores da coluna geológica são mais raros entre os organismos de hoje do que aqueles que se fossilizaram nos estratos superiores. Estes padrões são consistentes com a TZE. Entretanto, ainda tem sido poucos os estudos sobre este modelo, sendo necessário mais pesquisas.

6 - A distribuição dos fósseis na coluna geológica está de acordo com a teoria da evolução?

O registro fóssil nos mostra a sequência em que os vários tipos de organismos foram soterrados, mas não nos diz como eles se originaram. Os darwinistas e os evolucionistas teístas tentam explicar a distribuição dos fósseis na coluna geológica como resultado de mudanças evolutivas lentas e graduais ao longo do tempo. A teoria da evolução explica algumas características da distribuição dos fósseis, como a sequência de surgimento dos principais grupos de vertebrados e a mudança gradual de determinadas assembleias fósseis em algumas partes da coluna geológica. Por outro lado, a mesma teoria não explica de forma satisfatória outras características como o surgimento abrupto de diversos filos nas rochas do período Cambriano, uma feição conhecida como “explosão cambriana”. Os primeiros fósseis da base do Cambriano mostram alta complexidade e disparidade, algo não previsto pela teoria. O padrão de aparecimento abrupto de espécies completamente formadas e diversificadas se repete em outros pontos da coluna geológica, como na radiação das plantas com flores e dos mamíferos. O gradualismo também não consegue explicar adequadamente a escassez das formas de transição entre os diferentes tipos de organismos. A maioria, se não todos os grupos de animais e plantas aparecem abruptamente no registro fóssil sem os seus ancestrais ou as formas de transição. Por exemplo, morcegos, formigas, libélulas, baratas e muitos outros animais aparecem subitamente no registro fóssil, já completamente desenvolvidos e ainda se assemelhando muito aos seus análogos modernos. Este padrão de surgimento abrupto não se encaixa nos modelos de evolução lenta, gradual e contínua, mas se encaixam melhor em um modelo que assume uma catástrofe global. Além disso, a teoria não explica como que a informação genética pode produzir novos tipos de órgãos e planos corporais. Devido a estas falhas, a teoria da evolução não é a explicação mais
satisfatória para a sequência observada no registro fóssil.

7 - Que fósseis foram soterrados pelo Dilúvio?

Não temos informação suficiente para este tipo de pergunta. É possível que a atividade geológica associada ao dilúvio tenha se estendido por algum tempo depois que as águas recuaram da face da Terra, continuando até os dias de hoje. Parece não haver meios de distinguir claramente entre fósseis soterrados durante o dilúvio e aqueles soterrados depois que a arca repousou em terra firme. No entanto, existem padrões interessantes que podem fornecer algumas pistas. Algumas características do registro geológico indicam que as condições no passado foram muito diferentes das que observamos hoje. Por exemplo, grande parte dos continentes atuais está coberta por sedimentos contendo fósseis marinhos. Isto significa que estas áreas continentais foram outrora cobertas pelo mar. Outra característica interessante é a presença de camadas sedimentares cobrindo áreas muito amplas – muito maiores do que as que observamos hoje. O Conglomerado Shinarump, por exemplo, cobre uma extensa área do sudoeste dos Estados Unidos, ocorrendo na região sul de Nevada, sul de Utah, norte do Arizona e na região ocidental do Novo México. A formação recebe nomes diferentes no Texas, Wyoming e Idaho. Uma das feições comuns da superfície terrestre são as bacias sedimentares. Estas bacias recebem sedimentos provenientes de áreas fonte mais elevadas no entorno destas bacias dando origem aos estratos sedimentares. A extensão geográfica destes estratos, em qualquer bacia sedimentar, é limitada pela área ocupada pela bacia. Entretanto, em muitos casos esta área é surpreendentemente maior quando comparada com as condições observados nos dias atuais.

8 - Existe evidência de uma catástrofe global no registro fóssil?

O registro fóssil contém evidências convincentes de eventos catastróficos globais, embora, de maneira geral, estes eventos sejam interpretados de acordo com conceitos da geologia convencional, como eventos discretos, separados por longos períodos de tempo. As extinções em massa fornecem um exemplo interessante a este respeito. Muitos dos fósseis encontrados em um determinado estrato geológico são diferentes daqueles encontrados no estrato sobrejacente, indicando que houve uma mudança significativa na composição dos fósseis a medida que se move na coluna geológica. De acordo com o darwinismo, este modelo refletiria mudanças das condições ambientais ao longo de vastos períodos de tempo.

A mudança da composição dos fósseis nos estratos geológicos pode ser abrupta em determinados pontos da coluna geológica. Um bom exemplo pode ser observado no final do Cretáceo onde os dinossauros desapareceram completamente do registro fóssil. A hipótese mais aceita sugere forças extraterrestres, como o impacto de um meteorito ou cometa como o principal agente de extinção, também conhecido como Evento K-T. De fato, a extinção do fim do Cretáceo constitui-se no único evento de extinção em massa em que há coincidência entre impacto e dados paleontológicos. A evidência mais concreta do referido impacto é a cratera de Chicxulub (com diâmetro calculado em 300 km), na costa norte da Península de Yucatán, no México.

Outro exemplo é a extinção de mamutes, mastodontes e outros grandes mamíferos terrestres. Ainda não existe consenso se a causa desta extinção seria devido à Idade do Gelo, se estes animais foram caçados pelo homem, ou se ambas. Outros episódios de extinção em massa foram identificados no registro geológico, cada um associado a algum tipo de evento catastrófico, embora a natureza e as causas destes eventos ainda não sejam completamente conhecidas. De qualquer forma, as extinções em massa associadas aos desastres globais são uma característica importante e mal compreendida do registro fóssil.

9 - O que o registro fóssil nos diz sobre a história da Terra?

O registro fóssil fornece boas evidências tanto para o design inteligente como para as catástrofes na história da terra. O design inteligente é testemunhado pela alta complexidade e especialização dos organismos que se fossilizaram. A única causa plausível e suficiente para estas características seria a atividade de um planejador inteligente. As catástrofes são reconhecidas em todo o registro fóssil na forma de “extinções em massa” como as crateras de impacto, os derrames de basaltos, tsunamis, depósitos de tempestade, etc. Mesmo que o tempo estimado para que estes eventos ocorressem seja motivo de debates, não há como duvidar de que as evidências de planejamento e os eventos catastróficos sejam uma característica evidente do registro fóssil.

10 - Que questões ainda não resolvidas sobre os fósseis são de maior interesse?

Porque os fósseis ocorrem de forma ordenada na coluna geológica? O que os fósseis nos dizem sobre o dilúvio bíblico? Por que alguns organismos que vivem hoje se tornaram extintos no registro fóssil? Por que alguns organismos, como Lingula, um braquiópode, aparecem em todo o registro fóssil, enquanto que outros aparecem e desaparecem?

 

Tectônica de Placas

1 - Os continentes têm de fato se movido?

Aparentemente sim. Existem boas evidências de que os continentes têm se movido ao longo do tempo. Desde meados do século IXX discute-se o fato de que os formatos das costas da África e da América do Sul se encaixam. A correspondência não é só no formato. Há também alguma correspondência entre as rochas dos dois continentes e também evidência de que o fundo oceânico se expandiu entre a África e a América do Sul.

2 - Quando os continentes se separaram?

Evidências para o movimento de placas parecem presentes em muitos registros geológicos. A atual configuração dos continentes é atribuída à fragmentação de um grande supercontinente chamado Pangeia. Na terminologia convencional esta quebra começou no período Jurássico. O movimento dos continentes continua hoje, embora de forma muito lenta. A maioria dos criacionistas interpreta que os sedimentos jurássicos se depositaram durante o dilúvio. Assim, parece que os continentes podem ter chegado ao arranjo atual durante o dilúvio.

3 - Gênesis 10:25 menciona a divisão ou repartição da terra? Seria isso uma referência à tectônica de placas?

Provavelmente não. O contexto bíblico se refere à “lista de nações” que se dispersou após o dilúvio. É mais provável que o texto esteja falando da divisão ou repartição da terra entre esses grupos de pessoas.

4 - A Pangeia representa o mundo antediluviano?

Pangeia é o nome dado pelos geólogos para um supercontinente que aparentemente se formou no final do Paleozoico e que começou a se fragmentar do início para o meio do Mesozoico. Muitos criacionistas creem que esses intervalos da coluna geológica correspondem a um registro do dilúvio. Consequentemente, a formação de Pangeia teria ocorrido, nessa forma de pensar, durante o dilúvio. A disposição e extensão dos continentes pré-diluvianos pode ter sido alterada significativamente pela tectônica de placas durante e após o dilúvio. Há a necessidade de mais pesquisas para relacionar a tectônica de placas com o dilúvio.

5 - Como os continentes poderiam se mover com rapidez suficiente para rearranjar toda superfície da Terra durante o ano do Dilúvio?

Pode não ser necessário que todos movimentos de placas fossem completados durante o dilúvio; movimentos significativos de placas podem ter continuado por algum tempo depois do dilúvio. As placas se movem de forma muito lenta no presente, mas poderiam ter se movido mais rápido dadas as condições apropriadas. Uma grande quantidade de energia seria necessária para iniciar o movimento destas placas; talvez esta energia fosse provida por impactos extraterrestres. Uma temperatura de fusão mais baixa das rochas basálticas teria facilitado o movimento das placas; sabe-se que a presença de água no basalto abaixa seu ponto de fusão. Não se sabe se o movimento das placas foi facilitado pelas “águas abaixo da terra” ou o rompimento das “fontes do abismo,” mas essa possibilidade pode ser considerada. Alguns criacionistas têm proposto uma teoria de movimento rápido de placas que pode prover algumas respostas para esta questão. A proposta principal é que à medida que as placas tectônicas entraram em subducção no manto, o atrito produzido gerou grandes quantidades de calor. O calor fundiu parcialmente a porção inferior da placa, reduzindo o atrito e facilitando uma subducção mais rápida, que gerou mais calor, aumentando a taxa de subducção, etc. Um problema com este modelo é que um movimento rápido de placas tectônicas iria produzir uma grande quantidade de calor que levaria muito tempo para se dissipar.

6 - Que questões não resolvidas sobre tectônica de placas são de maior interesse?

Quando e quão rapidamente as placas se moveram? O que aconteceu com os continentes pré-diluvianos? Como o magma do assoalho oceânico poderia ter resfriado em poucos milhares de anos se as placas se moveram muito rapidamente durante o dilúvio?