Provavelmente, Darwin, ao chegar em Galápagos, ficou sem palavras. Em 1835, quando aportou na Ilha de San Cristóbal, deparou com uma realidade completamente diferente daquela vivida pelos europeus do velho mundo. As impressões tidas aqui pelo naturalista inglês foram determinantes para a formulação de suas ideias sobre a evolução publicadas em seu livro sobre a origem das espécies (“Da origem das espécies pela seleção natural ou a preservação de raças favorecidas pela luta da vida”). A cosmovisão criacionista bíblica tem se mostrado, especialmente nas últimas décadas, como uma visão alternativa à questão das origens, do surgimento e da diversidade da vida. Cientistas e pesquisadores capacitados e prestigiados têm produzido conhecimento que colocam dúvidas na visão naturalista dominante.

É dentro desta controvérsia que o Origins-Museum of Nature foi inaugurado em fevereiro de 2020. Num lugar reconhecido como berço da teoria da evolução, o museu apresenta uma proposta alternativa para a origem e diversificação dos seres vivos a todos aqueles que passam por Galápagos todos os dias. Através da observação dos conteúdos expostos no museu, queremos que o nosso visitante sinta que o lugar em que vivemos, o nosso “lar”, foi finamente planejado e por isso é nossa responsabilidade cuidar e preservar a nossa “casa”. O museu está dividido em sete seções temáticas: água, terra, ar, universo, desenho inteligente, saúde e sustentabilidade.

Na entrada está o ambiente aquático. O ecossistema marinho nas ilhas é extremamente importante contando com espécies endêmicas, nativas ou até mesmo aquelas que só estão aqui de passagem, migrando, como algumas espécies de tubarões. É o ambiente preferido das iguanas, tartarugas e leões marinhos, entre outras espécies. O visitante também pode viajar pelo conteúdo interativo conhecendo as características físicas da água, as principais espécies marinhas que habitam Galápagos e as formas de vida existentes nas diferentes profundidades do oceano, desde a superfície até as zonas abissais.

A seção “terra” nas ilhas Galápagos é fundamental, já que o arquipélago tem origem vulcânica. Os chamados pontos quentes ou hotspots, são responsáveis pela atividade vulcânica e pela formação do arquipélago. Os gases presentes na nossa atmosfera foram planejados exatamente na proporção que permitiria a existência da vida. Infográficos com informações sobre a nossa atmosfera e sobre o ar que respiramos são apresentados de forma criativa. Uma exposição sobre os diferentes bicos de tentilhão (Pinzón de Darwin) não poderia faltar já que os tentilhões são uma das aves mais famosas do arquipélago.

A contemplação dos elementos do universo também nos aproxima do criador. Por isso temos um espaço reservado com conteúdo interativo sobre estrelas, planetas, galáxias e uma cúpula em que o visitante pode ter uma experiência espacial 3D. Umas das formas de identificar evidências da criação é através do desenho inteligente. Evidências de inteligência capaz de planejar toda complexidade podem ser observadas na matemática, na física e na biologia. Preocupação marcante nas Ilhas Galápagos é a conservação e sustentabilidade. Ao passar por esse

ambiente, o visitante pode aprender pequenos hábitos para viver de formas sustentável no dia-dia e em suas viagens. Além de entender que é importante conhecer, cuidar e preservar a nossa “casa”, o meio ambiente, é essencial entender que cuidar da nossa saúde e do nosso corpo é também parte deste processo. Conhecer os presentes que nosso criador nos concedeu através dos 8 remédios naturais faz parte do nosso trabalho de “mordomos” da criação.

O Origins- Museum of Nature está vinculado à Educação Adventista na América do Sul e também é um espaço aberto para a investigação científica. O museu está preparado para receber pesquisadores de todas as partes para desenvolver, em parceria, pesquisa qualificada que contribua para o maior conhecimento das Ilhas Galápagos e de suas riquezas naturais. O museu também está envolvido em projetos sociais e na promoção de ações que resultem em benefícios e no apabem-estar das comunidades que habitam o arquipélago.